quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Atividade sobre a categoria gramatical tempo


Ana

A menina que andava à procura do tempo



Uma história simples sobre coisas simples
 


Atividade publicada em formato BOOK BUILDER no âmbito da formação SenNEThttp://bookbuilder.cast.org/view.php?op=view&book=86832&page=1


A menina que andava à procura do tempo

       A Ana nasceu numa grande cidade. Os habitantes da cidade andavam o dia inteiro a correr atrás do tempo e, mesmo assim, nunca o encontravam. Diziam constantemente:
      - Não tenho tempo!
     Ou então queixavam-se:
     - Preciso de mais tempo.
     Quando ela queria que a mãe a levasse a passear, a mãe respondia:
      - Agora não posso. Mais tarde, vamos ao centro comercial.
     Quando a Ana queria ajuda para fazer os trabalhos de casa, dizam-lhe sempre:
      - Dá-me tempo. Daqui a bocado já te ajudo.
     Ela começou a perceber que o tempo era uma coisa que não se via e que andava sempre à frente: havia o “agora” e o “logo”, o “daqui a bocado” e o “mais tarde”.  Havia também o “depois” e ela desconfiava que também havia o “antes”, porque, se o tempo andava sempre para a frente, alguma coisa ficava para trás.

O sótão da avó Jacinta
      
      Por exemplo, “antes” de pedir aos irmãos para brincarem com ela, sentia-se sempre muito aborrecida e só.  Então, atrás de um “agora”, havia sempre um “antes”. O tempo era mesmo uma coisa complicada!
     Também achava estranha a palavra “sempre”. Os pais diziam que ela andava “sempre” distraída.  Mas então, quanto tempo era “sempre”?  Uma hora, duas horas, uns minutos, a vida inteira? Por que será que as pessoas não podem ser mais exatas?
     Um dia conheceu um relógio que estava abandonado no sótão da avó Jacinta. As pessoas deitavam fora as coisas que, por terem já muito tempo, consideravam inúteis. Talvez o sótão tivesse o segredo do tempo, pensou a Ana.
     O relógio só precisava de uma pequena limpeza, pois tinha o pó do tempo, como dizia a avó. Deram-lhe corda e ficou a falar e a abanar o pêndulo:   
     - Tic, Tac, Tic, Tac.
    A Ana perguntou-lhe:
     - Quanto tempo tens?
     - Tenho muito tempo. Sou de 1948. Também tenho muito tempo, porque não vou fazer nada a seguir. Deves é perguntar-me que horas tenho. Ou: que horas são agora?
     -  O que são horas? – quis saber a Ana.

Relógio antigo
    
    -  As horas são pequenos espaços que o meu ponteiro maior percorre. Uma hora tem sessenta espacinhos e os espacinhos têm o nome de “segundos”.  Agora são cinco horas e cinquenta segundos. Se olhares para a janela e depois voltares a olhar para mim, já serão cinco horas e cinquenta e dois segundos, ou cinquenta e três, se ficares a olhar pela janela durante mais tempo.
    -  O que é isso do "durante#? Nunca percebi – perguntou ela.
    -  Tudo que acontece anda no tempo. Se atirares uma pedra pela janela, ela só chega ao chão mais tarde. Durante um ou dois segundos ela está a cair. Tudo começa e acaba no tempo. O “durante” é o tempo que fica entre o início e o fim das coisas que acontecem. Eu, por exemplo, estive parado e esquecido neste sótão durante vinte anos.
   - Ah, já percebi. Por isso é que as minhas professoras estão sempre a dizer-nos que não podemos falar uns com os outros durante as aulas.
     - Exatamente! – respondeu-lhe o relógio.
     - Acho que começo a compreender o tempo. Mas ainda não o vejo!
     - Ninguém o vê. Mas todas as pessoas conseguem senti-lo – explicou o relógio.
     - Como? – admirou-se a Ana.
     - Com as batidas do coração. O coração é como um relógio, sabias? Tic, Tac, Tic, Tac. Se a tua amiga preferida não chega, parece que o tempo parou, enquanto esperas. O coração fica triste. Se estás a divertir-te, o coração bate mais depressa e o tempo passa num instante.    
      - Gosto do tempo, sabes? Afinal, as pessoas deviam era dizer que têm sempre tempo. O tempo, tal como o coração, está dentro de nós, não é?
    O relógio que era velho e tinha sempre tempo para sorrir, deu as badaladas das seis horas com mais alegria do que nunca. Ela fez as contas:
     - Ah, já são seis horas. Antes eram cinco horas e cinquenta minutos. Então, estivemos a falar durante dez minutos! Já sei contar o tempo. Já sei contar o tempo exato, o teu tempo, medido pelos segundos. Depois temos o tempo do coração que é sempre medido pelos nossos sentimentos. Agora vou-me embora. Volto depois: daqui a algum tempo. Até logo, amigo relógio!
     E foi assim que a Ana encontrou o tempo e encontrou tempo para ser feliz. Oxalá as pessoas mais velhas também encontrassem o tempo que procuram!

Questionário

 
     1. A Ana nasceu:

a)      Numa terra pequena.
b)      Numa aldeia distante.
c)      Numa grande cidade.
 
  1. Os habitantes dessa terra andavam sempre:
a)     A correr de um lado para o outro.
b)      Sem tempo para fazer o que lhes pediam.
c)       As duas situações.

  1. Quando a Ana pedia para a ajudarem com os trabalhos de casa, as pessoas
a)      Diziam-lhe que a ajudavam mais tarde.
b)      Ajudavam-na de imediato.
c)        Nunca a ajudavam.

  1. Para a Ana o tempo:
a) Andava sempre para trás.
b) Andava sempre para a frente.
c) Nem uma coisa nem outra.

  1. A palavra “sempre” significava para a Ana:
a)      Umas horas.
b)      A vida inteira.
c)      A Ana não sabia.

  1. Havia um relógio no sótão da avó que:
a)      Estava parado há muito tempo.
b)      Nunca tinha funcionado bem.
c)      Nunca tinha parado de funcionar.


7. O relógio ensinou a Ana a perguntar as horas. A frase correta é:

a)      Quantas horas há?
b)      Quantas horas são?
c)      Que horas são?

  1. A Ana ficou a saber que:
a)      o tempo tem horas e segundos
b)      o tempo só tem horas.
c)      o tempo só tem segundos.


       9)      A palavra “durante” significa:

a)      O tempo que passa antes de as coisas acontecerem.
b)      O tempo que passa depois de as coisas acontecerem.
c)      O tempo que passa entre o início e o fim dos acontecimentos.


       10)   O tempo é parecido com o coração, porque:

a)      O coração também sente o tempo.
b)      O coração também se move.
c)      O coração tem ponteiros.


      11)   A Ana compreendeu que havia:

a)      O tempo exato dos relógios.
b)      O tempo menos exato do coração.
c)      Os dois tempos, do relógio e do coração.


Terminaste o questionário! Corrige-o aí em baixo.
 
   

   
Correção do questionário: 1 - c)   2 - c)  3 -  a)  4 -  b)  5 -  c)  6 -  a)  7 -  c)  8 -  a)  9 -  c)  10 -  a)  11 -  a)

 
   

   
Exercícios sobre a expressão do tempo

Quando falamos, como exprimimos o tempo e a sucessão dos acontecimentos?

 
Transforma as frases simples numa só frase, através de expressões de tempo que marcam os acontecimentos anteriores (que acontecem antes de um acontecimento principal) e posteriores (que ocorrem depois de outros acontecimentos). Exemplo:
Acontecimento principal: Fui ao cinema.
Acontecimento secundário: Fui ao café.
Frase possível (anterior): Antes de ir ao cinema, fui ao café.
Outra frase possível (posterior): Depois de sair do café,  fui ao cinema.
 
Mãos à obra, no teu caderno diário!
 
a) Participei no campeonato distrital. Treinei todos os dias.
Antes de...
Depois de...
b) O meu colega comprou uma Playstation 4. Poupou dinheiro.
Antes de...
Depois de...
c) Conheci o teu namorado. Conheci a irmã dele.
Antes de...
Depois de...
 
d) Estivemos na tua casa. Estivemos na casa dele.
Antes de...
Depois de...
e) Vou para a escola. Passo na tua casa.
Antes de...
Depois de...
b) As férias começam. Vou à Serra da Estrela.
Antes de...
Depois de...
 
Verifica se não te esqueceste da vírgula a separar as duas frases!
Depois de registares o teu exercício numa folha word ou no caderno diário, consulta o teu professor. O importante é que as frases tenham coerência, ou seja, que sejam verdadeiras e possíveis.
Exemplo de uma frase impossível e, por isso, incoerente:
Antes de comprar o gelado, comi o gelado.
 
 

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