sábado, 25 de janeiro de 2014

A viagem de Vasco da Gama



Recurso para os alunos do 9º ano: animação que mostra a viagem de Vasco da Gama narrada por Camões. Clica na imagem e instala-te. Passagem obrigatória no Olimpo.


Scratch Project

Guião de exploração do recurso:

1. Regista no teu caderno diário as várias etapas da viagem.
2. Indica qual era o objetivo da viagem. 
3. Reparte as personagens pelos dois grupos: mitológicas e históricas.
4. Nomeia os oponentes ao sucesso da viagem de Vasco da Gama.
5. Apresenta os seus argumentos.
6. Nomeia os coadjuvantes, as personagens que são favoráveis ao sucesso da viagem.
7. Refere os seus argumentos.

sábado, 18 de janeiro de 2014

Recursos expressivos

Quais os recursos expressivos que conheces?

 O texto literário distingue-se do texto não-literário pela predominância de determinados jogos de palavras que embelezam o texto e o tornam mais sugestivo, da mesma forma que uma tela fica mais expressiva com um jogo de texturas, de cores e de formas. A expressividade, no texto literário,  resulta do uso das palavras com um outro sentido que não o literal ou da combinação de ideias e de sons capazes de nos transmitir com mais beleza e veracidade o real representado no texto. A esses jogos de linguagem chamamos recursos expressivos, ou figuras de estilo. Aqui tens algumas. Verifica quantas já conheces e realiza os exercícios abaixo propostos.  

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Aliteração – Repetição de sons consonânticos. Exemplo:
“Fogem fluindo à fina-flor dos fenos.” (Eugénio de Castro)
“Na messe, que enlourece, estremece a quermesse.” (Eugénio de Castro)

Assonância – Repetição de sons vocálicos. Exemplo:
“Sino de Belém, pelos que inda vêm!
Sino de Belém bate bem-bem-bem.
Sino da Paixão, pelos que lá vão!
Sino da Paixão bate bão-bão-bão.”
(Manuel Bandeira, Poesia Completa e Prosa)

Onomatopeia – Conjunto de sons que reproduzem ruídos do mundo físico. Este conjunto de sons pode formar palavras com sentido (palavras onomatopaicas). Exemplo:
“Bramindo o negro mar de longe brada.” (Camões)

Anáfora – Repetição de uma ou mais palavras no início de verso ou de período. Exemplo:
“Toda a manhã/fui a flor/impaciente/por abrir. /Toda a manhã/fui ardor/do sol/no teu telhado. “ (Eugénio de Andrade)
“É brando o dia, brando o vento.
É brando o Sol e brando o céu.” (Fernando Pessoa)

Adjetivação ou dupla adjetivação – consiste na utilização de um ou mais adjetivos de forma a tornar o texto mais belo ou mais expressivo. Exemplo:
“O tigre é um mamífero carnívoro, robusto, elegante e muito feroz , cujo pêlo apresenta coloração com lindas listas transversais negras …”

Assíndeto – Supressão das partículas de ligação (vírgula, virgula,). Exemplo:
“Quero perder-me neste Pisão, nesta Pereira, neste Desterro.” (Vitorino Nemésio)
“Eu hoje estou cruel, frenético, exigente.” (Cesário Verde)

Polissíndeto – Repetição dos elementos de ligação entre palavras. Exemplo:
“Aqui e no pátio e na rua e no vapor e no comboio e no jardim e onde quer que nos encontremos.” (Sebastião da Gama)
“E crescer e saber e ser e haver
E perder e sofrer e ter terror.” (Vinicius de Morais)

Anástrofe – Inversão da ordem directa das palavras. Exemplo:
“Tirar Inês ao mundo determina.” (Camões)

Hipérbato – Inversão violenta da ordem dos elementos na frase. Exemplo:
“Casos/Duros que Adamastor contou futuros.” (Camões)
“Estas sentenças tais o velho honrado Vociferando estava.” (Camões)

Paralelismo ou simetria – Repetição do esquema ou construção da frase ou do verso. Exemplo:
“Meu amor! Meu amante! Meu amigo!” (Florbela Espanca)
“E agora José? A festa acabou/a apagou/o povo sumiu/a noite esfriou/e agora José? E agora Joaquim? /Está sem mulher/está sem discurso/está sem caminho…” (Carlos Drummond de Andrade)
“Ondas do mar de Vigo,
Se vistes o meu amigo,
E ai Deus se virá cedo!
Ondas do mar levado,
Se vistes meu amado,
Ai Deus se virá cedo!” (Martim Codax)

Pleonasmo – Repetição de uma ideia já expressa. Exemplo:
“Vi, claramente visto, o lume vivo.” (Camões)
“Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!” (Fernando Pessoa)

Quiasmo – Estrutura cruzada de quatro elementos, agrupados dois a dois. Assim, o segundo grupo apresenta os mesmos elementos do primeiro, mas invertendo a ordem (J.M. Castro Pinto). Exemplo:
“Joana flores colhia/Joana colhia cuidado.” (Bernardim Ribeiro)
“Mais dura, mais cruel, mais rigorosa,
(…)
Mais rigoroso, mais cruel, mais duro.” (Jerónimo Baía)
"A benção como espada/ a espada como benção" (Fernando Pessoa)

Antítese – Apresentação de um contraste entre duas ideias ou coisas. Repare-se nesta sequência de antíteses:
“Ganhe um momento o que perderam anos/Saiba morrer o que viver não soube!” (Bocage)
“Ali, àquela luz ténue e esbatida, ele exalava a sua paixão crescente e escondia o seu fato decadente.” (Eça de Queirós)
“O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)

Paradoxo – Um mesmo elemento produz efeitos opostos. Exemplo:
“Que puderam tornar o fogo frio.”
Que saudade, gosto amargo.”

Apóstrofe ou Invocação – Interpelação a alguém ou a alguma coisa personificada. Exemplo:
“Ó glória de mandar, ó vá cobiça/Desta vaidade a quem chamamos fama. ” (Camões)
“Bem puderas, ó Sol, da vista destes…” (Camões)
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!” (Fernando Pessoa)

Comparação – Consiste na relação de semelhança entre duas ideias ou coisas, através de uma palavra ou expressão comparativa ou de verbos a ela equivalentes (parecer, lembrar, assemelhar-se, sugerir).
Exemplo:
“O génio é humilde como a natureza.” (M. Torga)
“A rua […] parece um formigueiro agitado.” (Érico Veríssimo)
“Eu toco a solidão como uma pedra.” (Sophia de Mello Breyner Andresen)

Eufemismo – Dizer de uma forma suave uma ideia ou realidade desagradável. Exemplo:
“…Só porque lá os velhos apanham de quando em quando uma folha de couve pelas hortas, fazem de nós uns Zés do Telhado!” (Aquilino Ribeiro)
"Tirar Inês ao mundo determina."(Camões)
"Vai pera a ilha perdida"(Gil Vicente)

Disfemismo – Dizer de forma violenta aquilo que poderia ser apresentada de uma forma mais suave.
Exemplos: “Esticar o pernil.”
“ – Foi. Enfurecendo-se, estourou. É dos livros…
– Se não se tivesse zangado hoje…
– Estourava amanhã. Estava nas últimas… Deixa em paz a criatura.
Está começando a esta hora a apodrecer, não a perturbemos.” (Eça de Queirós)

Enumeração – Apresentação sucessiva de vários elementos. Exemplo:
“Deu sinal a trombeta castelhana/Horrendo, fero, ingente e temeroso.” (Camões)

Gradação – Disposição dos termos por ordem progressiva no seio de uma enumeração. Pode ser crescente ou decrescente. Exemplo:
“Duro, seco, estéril monte…” (Camões)
”O Chico Avelar é bom moço; mas o pai é tacanho, um bana bóia…! Tem medo de tudo; é um capacho debaixo dos pés de certos senhores da cidade. Quanto á fortuna de dona Carolina Amélia, […] bem sabes como aquilo estava: capitais espalhados, rendas em atraso, casas a cair…” (Vitorino Nemésio)

Hipálage – Atribuição a um ser ou coisa de uma qualidade ou ação logicamente pertencente a outro ser. Exemplo:
“As tias faziam meias sonolentas.” (Eça de Queirós)
“Dá-me cá esses ossos honrados.” (Eça de Queirós)

Personificação – Atribuição de qualidades ou comportamentos humanos a seres que não o são.
Exemplo:
“Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal.” (Fernando Pessoa)
“Havia na minha rua/Uma árvore triste.” (Saúl Dias)
“Também, choram [as ondas] todo o dia, /Também se estão a queixar. /Também, à luz das estrelas, / toda a noite a suspirar!” (Antero de Quental)

Hipérbole – Ênfase resultante do exagero. Exemplo:
“Se aquele mar foi criado num só dia, eu era capaz de o escoar numa só hora.” (Agustina Bessa - Luís)
Ela só viu as lágrimas em fio/que duns e doutros olhos derivadas/se acrescentaram em grande e largo rio.” (Camões)

Ironia – Figura que sugere o contrário do que se quer dizer. Exemplo:
“Senhora de raro aviso e muito apontada em amanho da casa e ignorante mais que o necessário para ter juízo.” (Camilo Castelo Branco)
“A Câmara Municipal do Porto, com uma nobre solicitude pelo peixe, para quem parece ser uma extremosa mãe, e receando com um carinho assustado, que o peixe se constipasse […] construiu-lhe uma praça fechada.” (Eça de Queirós)
"Pera lá vai a senhora?" (Gil Vicente)

Metáfora – Comparação de dois termos, seguida de uma identificação. Exemplo:
“A menina Vilaça, A loura, vestida de branco, simples, fresca, com o seu ar de gravura colorida.” (Eça de Queirós)

Sinédoque – Variante de metonímia, pela qual se exprime o todo pela parte ou vice-versa.
Exemplo:
“…a Ocidental praia Lusitana.” (Camões)
“…novo temor da Moura lança.” (Camões)

Sinestesia – Fusão de perceções relativas a dados sensoriais de sentidos diferentes. Exemplo:
“Da luz, do bem, doce clarão irreal.” (Camilo Pessanha)
“…delicioso aroma selvagem.” (Almeida Garrett)
“Tinha um sorriso amargo.” (Eça de Queirós)

Rima – Repetição de sons (não de letras) no fim dos versos ou no seu interior.

Ritmo – Rápido, lento, melancólico, binário, ternário…

Métrica – Pode não ser indiferente o número de sílabas métricas (contadas até à última sílaba tónica). A métrica mais usada em Camões: redondilha maior e menor (versos de sete e cinco sílabas, respetivamente) e decassílabo (no soneto e n’Os Lusíadas).

Elipse – Omissão de uma palavra (um adjetivo, um verbo, etc.) que subentende. Exemplo:
“Quero perder-me neste Pisão, nesta Pereira, neste Desterro.” (Vitorino Nemésio)
Equivalente a: Quero perder-me neste Pisão, [quero perder-me] nesta Pereira, [quero perder-me] neste Desterro.

Alegoria – Coisificação de um conceito abstrato: «o polvo» (=a hipocrisia e traição), no Sermão de Santo António (Pe. António Vieira), é uma alegoria. Exemplo:
“…tão grande sandice é […] desprezar o estado das virtudes, e escolher o estado dos pecados, como seria se algum quisesse passar algum rio perigoso e tormentoso e achasse duas barcas: uma forte e segura e mui bem aparelhada, e em que raramente algum se perde, […] e outra velha, fraca, podre, rota em que todos se perdem, e alguns poucos se salvam”. (D.Duarte)

Animismo – Atribuição de vida a seres inanimados. Exemplo:
“Plácida, a planície adormece, lavrada ainda de restos de calor.” (Virgílio Ferreira)

Imagem – Recurso a aspetos sensoriais para, a partir daí, provocar uma forte evocação afetiva (José M. de Castro Pinto). Exemplo:
“Para os vales poderosamente cavados, desciam bandos de arvoredos, tão copados e redondos, de um verde tão moço, que eram como um musgo macio onde apetecia cair e rolar.” (Eça de Queirós)
“Um polvo de pânico desdobra-se pelos fios.” (José Gomes Ferreira)

Interrogação – Questão retórica, isto é, não visa uma resposta, antes procura dar ênfase e criar expetativa. Exemplo:
“Sou por ele [retrato] possuído? /Ou ele me possui?” (Raul de Carvalho)

Metonímia – Emprego de um vocábulo por outro, com o qual estabelece uma relação de contiguidade (o continente pelo conteúdo; o lugar pelo produto, o autor pela sua obra, etc.). Exemplo:
Tomar um copo (=um copo de vinho). Beber um Porto (=um cálice de vinho do Porto).
Ando a ler Eugénio de Andrade (=a obra de…)
[Os madeireiros] “trabalham nesta praça contra a clorofila.” (Carlos de Oliveira)
“O excomungado não tem queda para as letras.” (=estudo) (Aquilino Ribeiro)

Perífrase – Figura que consiste em dizer por muitas palavras o que poderia ser dito em algumas ou alguma. Exemplo:
“Tenho estado doente. Primeiramente, estômago – e depois, um incómodo, um abcesso naquele sítio em que se levam os pontapés…” (Eça de Queirós)


Depois de leres as definições...


- realiza o teste;
- verifica o resultado final que obtiveste;
- volta a ler as definições e os exemplos.




http://quizlet.com/18092429/metaforas-habituais-adagios-e-comparacoes-flash-cards/

Outro teste online:  http://aulaportuguesonline.no.sapo.pt/figurasestilo.htm



Atividade de enriquecimento de texto


Enriquece o texto que se segue com a introdução das expressões abaixo. Procura primeiro identificar os recursos antes de os inserires no espaço respetivo:


(1) - cabisbaixas e frias,
(2) - de algodão.
(3) - até o sol passar sobre a montanha o seu toque dourado.
(4) - que entristecia pela tarde
(5) - em fuga na tela de silêncio,
(6) - como chumbo
(7) - só o frio responderia aos gritos das feras.
(8) - a clara escuridão da madrugada
(9) - árvores, caminhos, casas, quintais e jardins,
(10) - primário, antigo, íntimo, fetal



O dia estava cinzento e pesado (comparação) e pela encosta vinha um nevoeiro (metáfora). A luz, (sinestesia e metáfora) já era escassa, de forma que as pessoas começavam a apressar-se, (dupla adjetivação) para o canto da lareira. Eram assim os domingos de inverno, na montanha (personificação) e tudo, (enumeração) fazia pensar num recolhimento, (adjetivação e gradação).  Em breve, viria a noite ancestral, depois (paradoxo) e, no silêncio (personificação). Nas suas camas, os homens debatiam-se com os sons de um universo caótico: o vento, o gemido das portas, por vezes a chuva, a morte lenta da esperança (imagem). 
Proposta de correção:
(6),  (2), (5), (1),  (4), (9), (10), (8), (7), (3)


@ Ana Isabel Falé



Atividade de alargamento vocabular





Escrita

Elabora um curto texto descritivo sobre a noite na tua cidade, na tua aldeia, ou em algum lugar que conheças bem:

- que sons ouves
- que barulho faz a tempestade
- que jogos de luz e movimento imaginas
- que sentimentos te traz a escuridão
- como vês a madrugada


Utiliza recursos expressivos que aprendeste. Inspira-te nos exemplos presentes nos exercícios anteriores.

Terminaste a atividade.


domingo, 5 de janeiro de 2014

A semântica (significação) do verbo TIRAR
    

O mesmo verbo, mas vários significados... Podemos usar o verbo "TIRAR" para referirmos diferentes situações.  
É pelo contexto que verificamos o seu sentido. Vou tirar férias em breve:
 vou gozar férias  / vou pedir férias / vou ter férias.
__________________________________________________________________________________
Tirar (v. tr.): fazer sair; extrair; retirar; apreender; sacar; arrancar; arremessar; atirar; deduzir; concluir; subtrair; diminuir; obter; puxar; colher; furtar; roubar; bloquear; ganhar; auferir; fazer aparecer; ter; gozar.
Substitui o verbo TIRAR por um verbo sinónimo da lista acima, que seja adequado a cada uma das frases apresentadas. 

© Recurso elaborado pelo Gabinete de Português da Escola Móvel
  1. O ladrão TIROU a carteira à senhora e fugiu.

  2. -- Se tu TIRARES 5 unidades a 29, com quantas unidades ficas?

  3. O dentista teve de lhe TIRAR o dente cariado.

  4. -- Que bons resultados ela TIROU na prova de exame!

  5. Habitualmente, o mágico TIRAVA um coelho da cartola.

  6. -- Podes TIRAR-ME este espinho do dedo?

  7. -- Amanhã, vou TIRAR todas as maçãs maduras daquela macieira.

  8. O rapaz costumava TIRAR a corda, com tanta força, que às vezes até caía.

  9. Se fizessem as aulas com concentração, aquelas alunas teriam TIRADO boas notas nos exames.

  10. Os tutores TIRARAM os computadores aos alunos, devido ao uso abusivo do 'GOOGLE TALK' .

  11. -- Devias TIRAR ilações do teu mau comportamento.

  12. -- Quem desrespeitar as regras da aula e TIRAR más notas não irá à próxima visita de estudo.

  13. -- Será que os alunos cábulas TIRARÃO o 9º Ano?

  14. Um bom trapezista TIRA um bom dinheiro.

  15. É impressionante como os cães de caça TIRAM as presas da toca.

  16. Há quem TIRE a sorte grande!

  17. Como  por milagre, o ilusionista toca na cartola e TIRA o coelho, num ápice.